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Laparoscopia

Laparoscopia ou videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica onde são empregadas pequenas incisões cirúrgicas chamadas tecnicamente de portais.
Através destas incisões é introduzida uma câmera que é conectada a um sistema de fibras óticas e estas a um monitor onde é possível a visualização da cavidade abdominal.
 
Este sistema permite um processo de magnificação de até 20 vezes facilitando a visualização das estruturas e órgãos a serem abordados. Pelos portais também são introduzidos os instrumentos cirúrgicos necessários para a realização dos diferentes tipos de cirurgia.
 
Existem Restrições para pacientes?
 
A cirurgia laparoscópica é uma técnica cirúrgica onde são utilizadas pequenas incisões para realizarmos as mesmas operações feitas pela via aberta convencional (com corte). Ou seja, o objetivo da cirurgia laparoscópica é evitar as grandes incisões.
De um modo geral podemos realizar a maioria das operações feitas por via aberta, utilizando a via laparoscópica.
 
As principais restrições à realização de uma cirurgia laparoscópica são os chamados distúrbios de coagulação. Os distúrbios de coagulação ocorrem, por exemplo, em indivíduos que usam remédios anticoagulantes. Isto porque, ao invés dos cortes na barriga, utilizamos punções com agulha fina. Neste caso, se o paciente não estiver com a coagulação em dia, podem ocorrer sangramentos inesperados.
 
Outras restrições seriam aqueles pacientes que não apresentam condições físicas para suportar um cirurgia com anestesia geral, pois todas as cirurgias laparoscópicas são realizadas com o uso da anestesia geral. Na urologia a cirurgia laparoscópica é bastante empregada no tratamento dos tumores urológicos. E neste caso, o volume do tumor, por exemplo, um tumor renal muito grande, pode ser outra restrição ao uso da cirurgia laparoscópica.
 
Pacientes que já foram operados previamente podem apresentar aderências cirúrgicas. Estas aderências podem prejudicar ou impedir a realização de uma operação por via laproscópica.
 
Outro exemplo de restrição ao emprego do método laparoscópico são processos infecciosos intensos, como observado em rins que não funcionam mais, com cálculos e eventualmente com abscessos. Nestes casos, o processo inflamatório é tão intenso que leva à aderências firmes entre os órgãos, tornando a manipulação das estruturas difíceis ou mesmo impossível para a execução de uma cirurgia laparoscópica tranquila.
 
Pacientes muito obesos também podem representar dificuldades técnicas na execução da cirurgia realizada por via laparoscópica.
 
O pós cirúrgico?
 
O objetivo principal da cirurgia laparoscópica é evitar as grandes incisões na barriga. Desta maneira, proporcionamos aos nossos pacientes, mais conforto no pós-cirúrgico, com menos dor. Como consequência, o uso de medicamentos analgésicos e opióides também é menor.
 
A cirurgia laparoscópica utiliza instrumentos mais delicados, e com isso o trauma cirúrgico é menor. Se o trauma cirúrgico é menor, o sangramento que pode ocorrer também é reduzido, diminuindo as chances de transfusões de sangue. Também como consequência da manipulação mais delicada e menos traumática dos tecidos e estruturas, as chances de infecções cirúrgicas e hospitalares são menores comparadas à cirurgia convencional.
 
Tudo somado, o paciente fica menos tempo internado e se recupera mais rapidamente. Com isso, o retorno às atividades do dia a dia, é mais precoce.
Um outro objetivo alcançado com a cirurgia laparoscópica é o estético, pois as incisões são menores, deixando cicatrizes menores.
 
Para quais casos é utilizado a laparoscopia?
 
A cirurgia laparoscópica é bastante utilizada para tratar os tumores urológicos. Pela via laparoscópica é possível retirarmos um tumor no rim ou tumores da próstata, utilizando incisões menores, menos dolorosas e que deixam cicatrizes também menores, comparadas à cirurgia feita por via aberta (com corte).
 
No caso dos tumores renais, principalmente aqueles descobertos em exames de imagem como a ultrassonografia ou uma tomografia, podem ser pequenos e localizados. Neste caso, utilizamos a cirurgia laparoscópica pra retirar somente o tumor, preservando o restante do rim. Isto tem um benefício formidável em relação, não só à preservação da função renal, como também evitar doenças crônicas a longo prazo, como hipertensão arterial e insuficiência renal. Tudo isso realizado de uma maneira menos invasiva e com resultados de controle do tumoral comparáveis à cirurgia aberta.
 
Outro exemplo de utilização da via laparoscópica é para remoção de tumores malignos da próstata, a chamada prostatectomia radical. Aqui conseguimos realizar exatamente a mesma operação que é feita por via aberta (com corte), utilizando pequenas incisões. Os resultados funcionais da operação laparoscópica são semelhantes aos obtidos com a cirurgia aberta, tanto em relação à manutenção da potência sexual, como para evitar as perdas urinárias ou incontinência urinária. No caso do controle urinário, existe tendência de recuperação mais rápida da continência urinária, utilizando a via laparoscópica.
 
As maiores chances de manter a potência sexual após uma cirurgia laparoscópica ocorre nos indivíduos mais jovens (menos de 60 anos) que ainda preservam função sexual antes da operação. Já nos indivíduos acima dos 70 anos, ou que já apresentam graus variados de dificuldade com as ereções, as chances de manutenção da potência são mais remotas. Mais é importante ressaltar que os resultados em relação à continência urinária são bastante satisfatórios em ambas as faixas etárias.
 
A laparoscopia também é muito empregada no tratamento das obstruções que ocorrem nos rins (as chamadas estenoses de JUP). Pacientes com estas obstruções, no passado eram operados com grandes incisões na região lombar, que além de bastante dolorosas, poderiam deixar flacidez e formação de hérnias no local do corte. Com o emprego da via laparoscópica obtemos os mesmo resultados da cirurgia aberta e evitamos os inconvenientes das grandes incisões.
 
Outro exemplo de aplicação da via laparoscópica é no tratamento de rins hipoplásicos (diminuídos de tamanho) que não funcionam mais, e que frequentemente são origem de quadros dolorosos ou infecciosos. Neste caso, a cirurgia laparoscópica apresenta resultado excelente, sendo a cirurgia realizada de forma rápida e efetiva, com pouco trauma e poucas cicatrizes cirúrgicas.
 
A laparoscopia também pode ser utilizados no tratamento dos tumores das glândula suprarrenais ou adrenais, que são pequenas glândulas localizadas acima dos rins. Os tumores das adrenais podem causar pressão alta de difícil controle.
 
Quais são os preparativos para o procedimento?
 
Os preparativos para realizar uma cirurgia laparoscópica são os mesmos de uma cirurgia aberta. Ou seja, os pacientes devem realizar todos os exames pré-operatórios (sangue, urina, avaliação cardiológica). E também devem permanecer em jejum de 8 horas, no dia da operação. A região a ser operada deve ter os pelos removidos.
 
Vale ressaltar que a laparoscopia é um procedimento cirúrgico menos doloroso utilizado para atingir os mesmo objetivos de uma operação que utiliza cortes grandes e dolorosos. O período de internação é de dois dias, na maioria das cirurgias laparoscópicas. Nos casos em que a cirurgia laparoscópica é realizada para remoção de rins pequenos, diminuídos de tamanho, é possível dar alta para o paciente no dia seguinte à cirurgia. O mesmo pode ocorrer para alguns casos de pacientes submetidos à cirurgia pra remoção de tumores malignos da próstata por via laparoscópica.