Urologia Doutorezer

Cirurgia da Próstata

A hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é o tumor benigno mais freqüente do homem idoso atingindo a maioria dos homens a partir dos 50 anos (figura 1).

 
Figura 1 – Ilustração da localização da próstata e sua relação com os órgãos vizinhos.
 
A causa da HPB ainda não é conhecida. No entanto, ao se instalar a HPB pode levar à obstrução da passagem da urina pela uretra podendo causar uma série de manifestações clínicas caracterizadas pela dificuldade de urinar. Podem ocorrer sangramento urinário ou impossibilidade de urinar (retenção urinária) nos casos complicados (figura 2).
 
Figura 2 – Os homens acima de 50 anos apresentam tendência ao crescimento do tecido prostático levando ao quadro de hiperplasia prostática benigna (HPB).
 
O diagnóstico da HPB é feito pela presença dos sintomas urinários e pelo toque retal. Através do toque retal podemos detectar o aumento da próstata e eventualmente lesões suspeitas de tumor maligno na próstata (figura 3).
 
Figura 3 – Esquema ilustrativo do toque retal onde é possível dimensionar o volume da próstata. 
Também podemos notar áreas de endurecimento ou nódulos que são lesões suspeitas de malignidade.
Também solicitamos exames de urina para descartar infecção urinária ou sangramento urinário e exame de ultrasonografia para avaliar o tamanho da próstata ou alguma lesão na bexiga associada (figura 4).
 
Figura 4 – Imagem ultrasonográfica de paciente com Hiperplasia Prostática Benigna.

 
O tratamento da HPB pode ser feito pela observação com acompanhamento clínico, medicamentos ou cirurgia.A observação sem tratamento ativo é orientada para aqueles pacientes sem queixas urinárias incômodas, ou seja, assintomáticos. A observação também é reservada aos pacientes com sintomas de leve intensidade.
 
Estes pacientes devem ser observados e seguidos com exames periódicos anuais.Já os pacientes com queixa urinária mais acentuada e incomodativa devem ser tratados com medicamentos que diminuem o volume da próstata ou medicamentos que levam ao relaxamento da próstata. Todos estes medicamentos visam o alívio sintomático e melhora na qualidade de vida. Deve ser enfatizado que estes medicamentos só mantêm o seu efeito enquanto estiverem sendo tomados. 
 
Se houver interrupção do medicamento, os sintomas podem voltar.
Os pacientes que não respondem ao tratamento com remédios, que não pretendem tomar remédio pelo resto da vida ou que apresentem alguma complicação da HPB (sangramento urinário ou retenção urinária) podem ser tratados com cirurgia.A cirurgia para HPB pode ser feita por via aberta, laparoscópica ou endoscópica. 
 
Atualmente, a grande maioria dos pacientes é operada por via endoscópica, sendo que uma minoria pode ainda necessitar de cirurgia aberta ou laparoscópica. Isto pode acontecer com pacientes com próstatas muito volumosas.A cirurgia endoscópica é realizada através de um aparelho que é introduzido pela uretra e assim o excesso de tecido prostático é removido.
 
Atualmente a cirurgia endoscópica para o tratamento da HPB pode ser feita com diversas técnicas cirúrgicas. A Ressecção Transuretral (RTU) da Próstata é a técnica mais antiga e cujos resultados sevem de parâmetro para comparar com as novas tecnologias.
 
A RTU de próstata é uma técnica bastante eficiente no tratamento daqueles homens incomodados com os sintomas urinários relacionados à próstata. No entanto, o principal inconveniente desta técnica é a possibilidade da ocorrência de sangramento, que pode assumir maior monta em alguns pacientes. Nestes casos pode haver necessidade de reinternação hospitalar ou mesmo nova abordagem cirúrgica para conter o sangramento.
 
Com o intuito de evitar os inconvenientes da RTU de próstata, mas manter a eficácia do tratamento surgiram novas tecnologias. Entre estas novas tecnologias destacam-se o uso de Lazer para ablação prostática e o uso de bisturis bipolares.
 
O lazer é bastante eficiente e pode ser usado mesmo em pacientes em uso de anticoagulantes. Os inconvenientes desta tecnologia são o seu alto custo e certa limitação em próstatas muito grandes. Além disso, alguns pacientes queixam-se de sintomas irritativos persistentes no pós-operatório e a eliminação, por via uretral, de material necrótico resultante da necrose tardia do tecido prostático.
 
Já o uso de bisturis bipolares se caracteriza por ser uma técnica mais familiar ao urologista, já que é bastante parecida com a RTU de próstata tradicional, porém é bem mais eficiente no controle do sangramento urinário.
A cirurgia endoscópica para o tratamento da HPB está indicada quando surge obstrução urinária causada pelo crescimento benigno da próstata.
 
Ao final da cirurgia introduzimos uma sonda na bexiga para drenagem urinária e lavagem da bexiga com soro fisiológico. Quando realizamos a RTU de próstata tradicional o paciente permanece internado por 2 ou 3 dias. Já com o uso do Lazer ou o bisturi bipolar é possível dar alta ao paciente no dia seguinte e sem sonda na bexiga.